sexta-feira, 20 de julho de 2007

Sinto a sua falta

Sinto a sua falta enquanto caminho rua acima,
Ou se não fosse ela mais um elemento da Saudade
Ou se não fosse ela uma Companhia.
As suas palavras ainda estão bem presentes no chão,
As suas pegadas e o seu sorriso ainda estão existentes no ar.
De mãos entrelaçadas percorríamos o rio e as suas margens.
Oferecia-lhe uma flor como um jeito de afecto,
Colocava-a no seu cabelo liso como as águas do mar,
E íamos assim caminhando sem saber por onde.
A Saudade é combatida com beijos e ternuras desta vez numa outra parte do dia
O Dia que também recorda essa tua ausência
E que me pergunta quando iremos outra vez caminhar por essa rua acima.
A Saudade vai crescendo, vai ficando mais forte, vai tornando-se assim numa Companhia.
É algo que não se vê mas se sente,
É algo que passa de um pensamento e faz o tempo voar,
É uma pedra silenciosa que existe no interior da Alma.
É uma Companhia que vai do dia á noite e da noite á Nostalgia.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Voz


Por vezes esquecemo-nos da Voz. Esquecemo-nos dela ou simplesmente não lhe damos ouvidos, esquecemo-nos que ela vem directamente do Coração e que presta ordens do Cérebro. Ao que o Coração diz respeito a voz sente as coisas verdadeiras, as nossas lembranças de Criança, os afectos e transmite-nos a maneira ideal para nos expressarmos. Ao que o Cérebro diz respeito a Voz é como se fosse a sua escrava obedece e diz-nos o que ele quer de melhor para o Corpo.

A Voz vai connosco, para as várias etapas da nossa vida, cresce connosco, fica mais forte, tem um ruído mais patente ao longo dos anos e consegue ser uma grande aliada em guerras e batalhas. A Voz é uma força da Natureza que dá poder, dá respeito, basta nós sabermos usá-la. A Voz cresce, a voz fica connosco é pena nós esquecermo-nos dela durante o Caminho.

A Voz é um ser dentro de um Corpo. A Voz é um pedaço de Alma.

Saio...

Saio.
A rua está deserta,
Não há nada, não há ninguém.
As pessoas conspiram atrás das portas,
Como se tivessem medo de sair.
O monstro anda á solta mas precisa de gritar,
Precisa de uma espada para lutar.
Outra vez o mesmo viver o mesmo.
Apenas uma imagem faz voltar o passado,
Apenas uma recordação daquilo que fui e daquilo que sou.
O corpo anda pela casa, pela rua
Sente o mar a trazer de volta os seus passos.
O Ser imortal que habita o Corpo
O Ser imortal que habita e parte
Quando a morte chega.
E no final a Alma, a Esperança, o Respeito, a Luta,
A Alma que quer voltar.
A Alma que sacia os teus lábios,
E que recorda as tuas lágrimas.
O Silêncio que termina no ar.
O Silêncio que acaba,
O Silêncio que recomeça no fechar dos teus olhos.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Fico parado no tempo,
Há espera de ver-te passar
Mas tu não passas
E o tempo vai acabando.
Recolho o meu Corpo, abandonado á beira-mar,
Recordo o teu Ser, a tua alma e as tuas palavras únicas e verdadeiras.
Vão ao meu encontro as lágrimas que deixaste em mim
Na palma da minha mão ainda se encontram os laços,
Aqueles com que nos unimos.
O Céu é o limite mas fica lá longe,
Tenho medo de não lá chegar.
Perdi as forças
Ficaram debaixo da Terra, ao ver-te chegar,
Ficaram num sorriso de um Anjo.
Que permanece intacto,
Que continua a sorrir nas Florestas escondidas no meu Ser.